Os recentes áudios que estão em poder do judiciário brasileiro e foram divulgados de forma ordenada pela imprensa confirmam a afirmação de que está em curso no país um golpe branco - daqueles que não são consumados a partir de armas e de violência - fomentado por todos os poderes e pela imprensa golpista.
Na atual conjuntura em que vivemos fica difícil arriscar uma análise. Porque as situações têm se alterado com uma rapidez imensa. O que hoje é verdade absoluta (para muitos), daqui a pouco se torna mera especulação.
Vamos lá!
Todos os áudios divulgados recentemente, envolvendo Sérgio Machado - ex-Senador da República e ex-Presidente da Transpetro, empresa ligada à PETROBRAS - estão com datas que antecedem a votação da admissibilidade do processo de impeachment da Presidenta Dilma - que foi aceita pela Câmara e na sequência também foi aceita pelo Senado. Todos os envolvidos nas conversas são ligados e interessados diretamente no impedimento em questão. São eles, até agora, pela ordem: Romero Jucá/PMDB - Ministro interino afastado/licenciado do cargo, Renan Calheiros/PMDB - Presidente do Senado e José Sarney - ex-Senador e ex-Presidente da República, além do Eduardo Cunha que já está afastado e deve ter o seu mandato cassado. Outros atores desta trama são envolvidos nas conversas gravadas por Machado. Alguns desses fazem parte da linha sucessória da presidência da república, que tem como última instância o Supremo, que é presidido pelo ministro Lewandowski.
Resumindo...
Por que o Supremo Tribunal Federal não se pronunciou para barrar o golpe uma vez que as provas revelam uma armação para conter a Operação Lava Jato?
O STF não barrou o golpe, mesmo com provas suficientes de que é de fato um conluio de bandidos querendo livrar suas cabeças da degola, porque o Supremo faz parte da linha sucessória da Presidência da República. Sem o afastamento e possível destituição da Presidenta Dilma não tem caminho para que o Supremo assuma o poder.A jovem e frágil democracia está sendo atacada de todos os lados. Todos querem o poder. Mas, quem pode chegar na frente ao final desse imbróglio todo, pode ser o STF que está por vezes apenas assistindo o que se passa nesse cenário e por outro lado abrindo o caminho para assumir de vez o poder.
Só as ruas podem salvar a nossa democracia. Só a luta pode colocar a fragilizada democracia no caminho natural que vinha seguindo, mas que agora está agonizante.
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